Lisboa acolhe a Concentração pela Abolição dos Matadouros no sábado
O colectivo Rata Dentata assinala a 2ª edição da Marcha pela Abolição
dos Matadouros com uma concentração que decorre amanhã, dia 3, às 15h30,
na Praça de Luís de Camões, em Lisboa, com o objectivo de denunciar
todas as formas de exploração dxs chamadxs “animais de consumo” e de
combater a violência especista.
Esta iniciativa será constituída por três momentos principais. Após a
exibição de diversos materiais (e.g., cartazes, fotografias e vídeos) e
a leitura de manifestos, em regime de megafone aberto, será organizada
uma roda de conversa. Esta última pretende ser um espaço de partilha
sobre experiências de activismo, estratégias políticas, a repressão do
Estado, políticas de aliança, a infiltração da extrema-direita no
movimento animalista, entre outros. Incluirá ainda a apresentação do
manual de apoio a presxs políticxs e acções de solidariedade nesse
âmbito (e.g., redação de cartas e postais), assim como a apresentação de
projectos políticos de diferentes geografias (e.g., zines, colectivos,
trabalhos fotográficos e artísticos, etc.) e de uma lista de animais
não-humanxs que resistiram à violência exercida sobre os seus corpos.
Embora utilize o vocábulo “matadouros” na sua designação, esta
concentração vai mais além e visa contestar a violência sistémica
exercida contra xs chamadxs “animais de consumo”, desconstruir a
naturalização do consumo de carne e promover a crítica interseccional
sobre a opressão especista. “O consumo de carne não é uma necessidade
fisiológica; decorre de uma preferência, hábito ou tradição que são
fomentados pela família, escola, Estado, academia, complexo
industrial-animal, como a agropecuária, a do ramo de fast-food e a da
publicidade”, realça o colectivo.
Milhões de animais mortos anualmente
Mais de 53 mil milhões de animais (terrestres) são mortos anualmente com
vista à produção de carne, a qual alcançou cerca de 300 milhões de
toneladas em 2010. “Nas sociedades ocidentais, a vaca, o porco, a
galinha e a ovelha são vistos como meros objectos, ocupando uma posição
hierárquica inferior quando comparados com os cães e gatos. Estxs
animais são encarceradxs em locais reduzidos e estão sujeitxs a
diferentes tipos de violência, mutilação e controlo. No entanto, a
maioria das pessoas não conecta o ‘bife’ ao animal que foi morto; a
violência subjacente à produção de carne está estrategicamente escondida
do olhar público”, destacam xs activistas.
A Rata Dentata é um colectivo não-misto transfeminista, anti-especista,
queer e libertário, cuja acção política interseccional visa contribuir
para o fortalecimento do movimento autónomo. Entre os seus principais
objectivos, encontram-se a organização de acções de rua, grupos de
leitura, debates e jornadas; a produção de materiais; a ocupação dos
movimentos sociais (institucionalistas); acções de boicote e de
disrupção em eventos neoliberais, entre outros.
Todas as informações estão disponíveis em
https://www.facebook.com/ratadentata/ e
https://ratadentata.wordpress.com/.
Fb event page:
https://www.facebook.com/events/650712848446119.
O cartaz do evento encontra-se em anexo.
