19/11/2002 - 07h46
Fórum Social Mundial deve ter menos recursos
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O governador eleito do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), deverá
cortar as despesas previstas pelo atual governo, de Olívio Dutra (PT), para
a realização do Fórum Social Mundial, de 23 a 28 de janeiro, em Porto
Alegre. A participação do governo estadual é de R$ 2,7 milhões.
"Talvez seja preciso reduzir um pouco os gastos, num contexto de corte de
despesas em diferentes níveis", afirmou Rigotto. A Agência Folha apurou que
o valor deve ficar abaixo de R$ 2 milhões.
Amanhã, a equipe de transição de Rigotto fará a primeira reunião com a
comissão organizadora do evento, que visa ser um contraponto ideológico ao
Fórum Econômico Mundial, que reúne a nata político-financeira do planeta em
janeiro. Olívio ajudou nos contatos entre o governador eleito e a
organização nacional do fórum. Comprometeu-se a utilizar a verba apenas com
a concordância de Rigotto. O representante do governo gaúcho na comissão
organizadora, Jefferson Miola, não vê prejuízos para o evento.
É provável que o governo federal entre com uma parte do valor necessário
para a infra-estrutura.
Rigotto tem se manifestado favoravelmente à realização do fórum em Porto
Alegre, mas faz ressalvas quanto à sua suposta falta de amplitude
ideológica.
No início de 2002, o governo petista desembolsou R$ 2,3 milhões no fórum,
com estimativa de R$ 40 milhões de retorno. Em 2001, o Estado havia gasto R$
1,5 milhão no evento. São esperadas 100 mil pessoas na próxima edição.
Os nomes confirmados: Ralph Nader (líder do Partido Verde dos EUA),
Boaventura de Souza Santos (sociólogo português), Leonardo Boff (teólogo
brasileiro), Eduardo Galeano (escritor uruguaio), Ignacio Ramonet (diretor
do "Le Monde Diplomatique"), Tariq Ali (escritor e cineasta paquistanês),
István Mészáros (filósofo húngaro), Samir Amin (economista egípcio).